Transplante de medula óssea na DII
O TMO (Transplante de medula óssea) é um procedimento consagrado para tratar pessoas com vários tipos de doenças malignas do sangue, doenças hereditárias incuráveis e doença autoimune do sangue.
As doenças inflamatórias intestinais, em especial a Doença de Crohn, se encaixam entre as doenças autoimunes passíveis de serem beneficiadas com o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TMO).
O TMO (Transplante de medula óssea) é utilizado na Doença de Crohn visando reorganizar o sistema imune desregulado que está atuando contra o próprio organismo e causando inflamações e lesões em todo intestino.
Este não é um tratamento de cura da doença, mas desde 2010 é feito em pacientes com Crohn, com resultados de desaparecimento dos sintomas, suspensão dos medicamentos e melhora imediata na qualidade de vida.
Após o transplante os pacientes apresentaram melhora das lesões intestinais, dos sintomas como diarreia, dor abdominal e também a cicatrização das lesões.
Diferente dos outro tratamentos que geralmente precisam ser usados continuamente, por anos, e que não isenta do risco de cirurgias futuras, o TMO é realizado uma única vez.
Novos estudos continuam a ser realizados para determinar a real posição do TMO no tratamento da Doença de Crohn. A indicação de quem deve fazer TMO ainda está para ser determinada.
Estudos internacionais e brasileiros demonstram que pacientes com doença grave, em que remédios não são eficazes e apresentam riscos de novas cirurgias, além do histórico de terem utilizado pelo menos 2 agentes biológicos com perda de resposta, podem ser candidatos ao TMO.
Mas qual o passo a passo para isso?
- Avaliação criteriosa
- Realização prévia de exames laboratoriais, colonoscopia, exames de imagem como enterorressonância
- Implante de catéter venoso central (realizado no centro cirúrgico sob anestesia e guiado por ultrassom).
Após este passo inicia a Mobilização:
Fase em que se procura iniciar o tratamento da doença com imunossupressão com a Ciclofosfamida, junto ao medicamento filgrastima para aumentar o número de células progenitoras do sangue para serem colhidas na fase seguinte, denominada de aférese.
Estas células são importantes para o transplante e visam reduzir o tempo em que o organismo, após o transplante, fica com baixo número de células e risco de infecções.
Não é necessário estar internado nesta fase inteira, mas o paciente dependerá dos cuidados médicos e uso de medicamentos para reduzir efeitos tóxicos da imunossupressão.
Após 5 (cinco) ou 10 (dez) dias em média, na dependência da decisão médica, ocorrerá a fase de coleta de células progenitoras do sangue para o transplante.
Coleta de células Progenitoras Hematopoiéticas
A coleta é realizada em banco de sangue, sob acompanhamento médico, em máquinas especializadas de aférese. Geralmente em sessões de 4 horas em média, onde são coletadas e separadas um número de células suficientes para a TMO. O procedimento pode se repetir a depender do número de células obtidas. .
Criopreservação
O material congelado é manipulado para ser congelado pela a equipe do CTC e preservado com substâncias crioprotetoras intracelulares para evitar que as células se arrebentem, devido às baixas temperaturas.
Os pacientes ficarão de repouso de 7 a 10 dias após a coleta.
Condicionamento
O condicionamento é a fase de tratamento sobre a sua medula óssea com o uso de medicamentos imunossupressores em altas doses que interferiram na produção dos elementos do sangue.
O paciente recebe medicamento contínuo por 4 a 5 dias , internado, na unidade de TMO e permanecerá sobre cuidados médicos, hidratação e medicamentos para o controle dos efeitos negativos das drogas utilizadas.
Dia do transplante
chegou o dia da reinfusão das células que foram coletadas no dia da Aféresis, e que estavam congeladas e criopreservadas a -86C.
O material é reconstituído e, sob supervisão da equipe, é realizada a infusão das células diretamente no Cateter Venoso Central que já está implantado.
Aplasia
Nesse período, os cuidados dos médicos da hematologia e gastroenterologia são fundamentais. Outros profissionais também podem contribuir para prevenir efeitos colaterais, previsíveis em uma equipe que conhece a TMO em Doenças Autoimunes e em especial Doença de Crohn.
Enxertia
Finalmente o dia da recuperação dos glóbulos no sangue, um dia de festa em que o paciente sente no corpo a recuperação.
A alta hospitalar ocorrerá após a retirada do cateter venoso central e se não houver necessidades de medicamentos ou transfusões.
Todas essas informações foram retiradas da cartilha do GEDIIB, que tiveram como autores Milton Artur Ruiz, coordenador da unidade de TMO e terapia celular do hospital da Beneficiência Portuguesa de São José do Rio Preto, SP. e Roberto Luiz Kaiser Junior, Diretor Clinico da Kaiser Clínica Hospital Dia.
Obrigada por nos acompanhar até aqui.
Um beijo da Nesh.